Macaco esquilo (Foto: kjorgen/depositphoto)

O Projeto de Lei 5544/20, de autoria do deputado Nilson F. Stainsack (PP-SC), que propõe que a caça de animais no Brasil seja autorizada, foi retirado da pauta da Comissão de Meio Ambiente da Câmara nesta terça-feira (14). Se aprovado, muitos animais estarão em risco.

Em meio a um verdadeiro “barraco”, entre parlamentares, o relator do projeto, deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), e a presidente da comissão, Carla Zambelli (PSL-SP).

Barbudo atacou as deputadas Joice Hasselmann (PSDB-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

Em tom desrespeitoso, se dirigiu a Joice e ironizou as lesões que ela sofreu, em acidente recente. “A senhora apareceu meio amarrotada e eu desconfio que foi um leão que fez aquilo. Eu não sei o que aconteceu com a senhora. A senhora está me atacando na rede social”, disse.

Barbudo continuou em sua defesa da caça de animais: “O javali no Rio Grande está atacando crianças”. Ao ser interrompido por Tabata, o deputado cometeu novo ato grosseiro: “Eu não falei seu nome, fica quietinha, fica pianinho. A senhora é a favor do aborto”.

Após o PL ser retirado de pauta, Tabata comemorou: “Vitória! Graças à obstrução da oposição na Comissão do Meio Ambiente, o PL da Caça não foi votado hoje. Seguimos firmes e resistentes”.

E Joice afirmou que o projeto busca apenas atender aos interesses da indústria de armas do país. “Machista, grosseiro e despreparado: este é o retrato do relator do PL da Caça, Nelson Barbudo. Incapaz de argumentar, ele ofende e ainda tenta jogar em cima do fazendeiro, projeto que atende atiradores e fabricantes de munição e armas — PL5544/20 regulamenta caça esportiva de animais. É incompreensível a pressa da Comissão do Meio Ambiente em colocar em votação o PL da Caça, diante de tantos problemas que o Brasil enfrenta. O projeto bolsonarista abre porta para matança — não define a lista dos animais, nem como seria feita a fiscalização.”  

“O projeto que pretendia autorizar a caça de animais silvestres foi retirado da pauta! Menos um projeto infame no parlamento, pelo menos por enquanto”, afirmou o jornalista André Trigueiro, nas redes sociais.