Início Meio Ambiente Jornal britânico Financial Times critica falta de política climática na Petrobras

Jornal britânico Financial Times critica falta de política climática na Petrobras

Reportagem diz que estatal faz "miopia estratégica" ao defender a redução de emissões de carbono sem investir em energias renováveis

Foto: Divulgação/Petrobras

O jornal britânico The Financial Times publicou, nesta terça-feira (8), uma reportagem que acusa a Petrobras de não se comprometer com políticas ambientais ao não investir em energias sustentáveis. Segundo o texto, a postura da estatal brasileira contraria as decisões das maiores indústrias de petróleo e gás do mundo.

O jornal enfatiza que o foco da Petrobras ainda é a expansão da produção e exploração de petróleo. “Não estamos enfrentando uma crise de identidade. Somos uma petroleira”, afirmou à reportagem Rafael Chaves Santos, diretor de estratégia da estatal.

“A demanda não vai desaparecer e não vemos outra tecnologia capaz de substituir os combustíveis fósseis em grande escala”, completa.

Para o Financial Times, essa é uma postura que coloca a Petrobras em desacordo com muitos de seus concorrentes globais, que buscam diversificar sua base produtiva em meio às previsões de fim do domínio do petróleo e às crescentes pressões ambientais.

A reportagem diz também que o presidente-executivo da estatal, Roberto Castello Branco, acredita que grandes investimentos em energias renováveis ​​são improváveis ​​nos próximos cinco anos. O discurso dele contraria o compromisso estabelecido pela estatal de cortar as emissões de carbono em suas operações em 25% até 2030.

Mike Davis, CEO da ONG internacional Global Witness, voltada ao combate da exploração de recursos naturais, compartilhou a reportagem em seu perfil no Twitter e disse que a estatal faz uma “miopia estratégica” em seu discurso sobre políticas ambientais.

“A Petrobras, protagonista-chave de Lava Jato, um dos maiores escândalos de corrupção da história, dobra a extração de combustível fóssil enquanto se compromete a reduzir as emissões de carbono, como uma forma de ‘miopia estratégica’”, escreveu na rede social.

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