Início Meio Ambiente Mortalidade de corais aumenta dez vezes na Bahia após vazamento de óleo

Mortalidade de corais aumenta dez vezes na Bahia após vazamento de óleo

Segundo estudo da UFBA, houve perda da biodiversidade, com a redução de 50% das espécies

Foto: Igor Santos/ SECOM - Salvador

Um estudo realizado pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) constatou um aumento alarmante no número de corais doentes ou danificados na região, este ano. Considera-se que esse aumento esteja diretamente relacionado ao derramamento de óleo que atingiu a costa nordestina nos últimos meses.

O estudo mediu a taxa de branqueamento dos corais na região de Praia do Forte, Itacimirim, Guarajuba e Abaí. Geralmente, o mal atinge entre 5% e 6% dos corais na região, mas o índice medido no estudo para este ano chegou aos 52%. O branqueamento indica que o coral não está saudável e foi afetado por fatores externos. “Ele perde sua cor natural e fica esbranquiçado, indicando que seu corpo não está funcionando corretamente. Na área estudada, o branqueamento pode ocorrer por excesso de exposição à radiação solar ou quando há elevação da temperatura da água do mar. Mas, neste caso, apenas a presença do óleo cru foi detectada”, disse o diretor do Instituto Francisco Kelmo ao Uol.

Os corais são organismos de extrema importância para o funcionamento do ecossistema marinho, já que servem de abrigo e fonte de alimento para várias outras espécies. Portanto, medir a sua saúde traz pistas diretas sobre o bem-estar ambiental no local. Segundo Kelmo, “se o coral morre, parte do recife morre com ele. Se esta mortalidade for elevada, o ambiente entra em declínio, e as espécies perdem sua casa e alimento”.

O estudo também mediu o número de espécies no local. Houve perda de biodiversidade, já que antes do derramamento de petróleo havia uma média de 88 espécies e, agora, foram registradas somente 47. A redução é de quase 50%. O número de organismos vivos registrados nos corais também foi afetado: de 446 indivíduos registrados anteriormente, agora existem 161.

De acordo com Kelmo, o óleo é uma substância extremamente tóxica, com componentes químicos perigosos que podem levar os animais à asfixia ou à morte por envenenamento. “Quando não mata os animais, causa doenças que enfraquecem a reprodução ou impedem os animais de executarem suas funções diárias corretamente, levando-os ao adoecimento seguido por morte, de curto ou de longo prazo”, afirmou.

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