Início Notícias Direito dos Animais Agrotóxicos podem levar ao extermínio de abelhas no Pará, denunciam apicultores

Agrotóxicos podem levar ao extermínio de abelhas no Pará, denunciam apicultores

Plantações de soja são as responsáveis por pulverizar agrotóxico na região, afetando a vida das abelhas e de moradores

Foto: Akira Onuma / ASCOM SUSIPE / Santa Izabel do Pará

Conforme o agronegócio avança no interior do Pará, a criação de abelhas é prejudicada devido ao uso de agrotóxicos, fazendo a produção de mel despencar e criando “cemitérios de abelhas”. É o que dizem produtores locais, entrevistados pelo G1.

João Batista Ferreira, Chácara João do Mel, em Belterra, no oeste do Pará, afirma que a propriedade, apesar de contar com muita biodiversidade, é diretamente afetada pelas plantações de soja que a cercam. Os impactos socioambientais têm sido associados ao extermínio de abelhas no município da Região Metropolitana de Santarém, a cerca de 700 km de Belém.

Ferreira afirma que produzia cerca de 5 ou 6kg de mel por caixa de abelha, mas hoje a produção foi reduzida para menos de meio quilo por caixa. “Quantas vezes encontramos caixas completamente vazias ou enxames mortos”, diz, chamando o local de “cemitério de abelhas”. O produtor considera que é inviável manter a meliponicultura como atividade socioeconômica no local.

Há também ataques constantes de tamanduás, que reduzem ainda mais a população de abelhas. Ferreira considera que o impacto negativo está diretamente relacionado à expansão do agronegócio. “O agrotóxico pulverizado nos plantios de soja se dispersa no vento e na chuva, afetando toda a cidade”, diz.

O produtor considera que não há futuro para a produção na cidade: “É prejuízo na certa. Muitas abelhas já foram extintas e outras serão brevemente”. Outros produtores da região concordam com Ferreira, e ainda lembram que a extinção das abelhas afetaria diretamente outras espécies, inclusive a humana.

Sair da versão mobile