Uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com pesquisadores de Santa Catarina, Holanda e França, mostrou que impactos humanos já provocaram perdas de 23% a 42% da biodiversidade e dos estoques de carbono da Mata Atlântica.
O objetivo central do estudo era entender quais os principais fatores para explicar a biodiversidade e os estoques de biomassa do bioma. Inicialmente, os cientistas buscaram compreender o peso das variáveis naturais, como solo e clima, e das variáveis relacionadas à ação humana, como a degradação.
“Logo percebemos o peso dos impactos humanos sobre essas florestas e, aos poucos, a pesquisa focalizou o dimensionamento dessas perdas ligadas à ação humana e o seu custo em créditos de carbono”, conta Renato Lima, pesquisador associado ao departamento de Ecologia do Instituto de Biociências, ao Jornal da USP.
“A Mata Atlântica é um dos mais importantes hotspots da biodiversidade global. Quase metade de sua flora e fauna ocorre aqui e em nenhum outro local do mundo. Conservar ou restaurar esse bioma tem repercussões tanto locais quanto globais no que se refere à conservação da biodiversidade e à provisão de serviços ecossistêmicos essenciais à vida humana, como a regulação climática”, completou.
Os cientistas também apontam os caminhos possíveis para garantir a restauração da floresta: acabar com o desmatamento ilegal, reflorestar regiões degradadas e recuperar os remanescentes florestais degradados. A terceira é uma sugestão pouco citada em termos de conservação, mas pesquisadores reforçam que remanescentes devem ser vistos como oportunidades de atrair investimentos ligados à restauração florestal e à geração de créditos de carbono.