Aves migratórias afetadas por petróleo foram encontradas no início do mês, em Sergipe. Os animais estavam com resquícios do material na Apa-Sul (Área de Proteção Ambiental Litoral Sul), sendo que 353 animais foram recolhidos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) no local, para estudo e análise. Ao menos 12 foram afetados pelo óleo. Os vestígios do óleo foram encontrados nas patas e nas asas, o que, segundo os especialistas, significa que os animais entraram em contato com o material na areia, e não na água.
Considera-se que o contato pode ter ocorrido na região dos bancos de areia do Rio Real, na divisa entre a Bahia e Sergipe. A área é considerada de interesse global para conservação pela ONG BirdLife International.
As aves, vindas do Hemisfério Norte, se alimentam e se reproduzem na região de ilha da Sogra, na cidade de Estância. O município abriga 48% da Apa-Sul, somando 212 km2. A área, que totaliza 542 km2, abriga cerca de 100 mil aves, sendo que 10 mil são migratórias. Criada em 1993, a região é casa para 35 espécies de aves, de três famílias diferentes, das quais três estão ameaçadas de extinção.
Os animais contaminados foram encontrados entre os dias 1º e 3 de novembro, por excursões conjuntas de estudantes de Medicina Veterinária da UFBA, e servidores dos órgãos estaduais de Sergipe Sedurbs (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade) e Sehrma (Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente).
Concentrações do óleo foram encontradas ontem (8) no Espírito Santo. A chegada de pequenos fragmentos à praia de Guriri, em São Mateus, indicam a primeira aparição do material na região Sudeste.