Em viagem ao Amazonas, o vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu o aumento do desmatamento na Amazônia nos últimos tempos, mas negou que as políticas ambientais do governo contribuam para isso. O comentário foi feito em coletiva de imprensa na quinta-feira (5).
“Chega um momento em que o caldo entorna. E o caldo entornou no nosso momento”, disse Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia. “Os problemas não aconteceram desde 1º de janeiro”, completou. Além dele, também estavam presentes os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e da Defesa, Fernando Azevedo.
A viagem da comitiva do governo ao estado ocorre em tentativa de melhorar a imagem negativa do Brasil no exterior, já que o país tem sido cobrado internacionalmente por uma maior proteção à floresta e controle do desmatamento e das queimadas, que bateram recordes em 2020.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 94.437 focos de queimada na Amazônia entre janeiro e novembro, número 5% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, que atualmente está a frente na disputa com Donald Trump, já ameaçou aplicar sanções ao Brasil por conta de sua política ambiental. Segundo ele, o Brasil pode sofrer “consequências econômicas significativas” se continuar permitindo a devastação da Amazônia.