O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) liberou esta semana os dados sobre o desmatamento na Amazônia em setembro. As áreas desmatadas aumentaram em 96% e, durante o mês, foram devastados quase 1450 km² de floresta.
Os dados são fornecidos por um sistema de medição em tempo real, chamado de Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que emite alertas diários sobre alterações relevantes na cobertura vegetal da floresta. Esse sistema não mede precisamente a área desmatada, mas tem a função de indicar a tendência do momento em relação à devastação da floresta.
Em julho, dados divulgados pelo Inpe, obtidos pelo Deter, indicaram um aumento de 278% em relação ao mesmo mês do ano passado. Essa alteração foi a maior dentre as calculadas este ano, e originou a polêmica que levou à exoneração de Ricardo Galvão do cargo de diretor do Instituto.
Em agosto, o aumento relativo foi de 222%. O mês foi crítico em relação ao número e intensidade de queimadas na região, que despertaram atenção nacional e internacional. Embora tenha negado ajuda financeira dos países do G7 para combate às queimadas, Bolsonaro aceitou auxílio israelense. O país enviou 11 especialistas no combate a queimadas e o presidente autorizou a intervenção das Forças Armadas na região. O número de queimadas caiu de 30 mil focos, em agosto, para 19,9 mil, em setembro.
Apesar de os números registrados em setembro serem menores em relação aos apresentados nos últimos três meses, a devastação é grande quando comparada aos dados dos últimos anos. Os alertas de desmatamento no trimestre de julho a setembro de 2019 totalizaram 5.129, com os registros até o dia 19/09. Em 2018, o número foi de 1.883, entre o primeiro dia de julho e o último de setembro.