Uma pesquisa realizada pela Forests and Finance (F&F), um grupo de ONGs que investiga financiamentos associados ao desmatamento, revelou que frigoríficos brasileiros receberam mais recursos de bancos do que outras commodities no país. De 2016 e 2020, segundo o levantamento, foram repassados R$ 235 bilhões à criação e abate de gado em áreas de mata nativa.
De acordo com reportagem do portal O Eco, os três maiores frigoríficos do país – JBS, Marfrig e Minerva – receberam investimentos de R$ 59,5 bilhões no período. Os três já compraram carne de fazendeiros que são recordistas em desmatamento na Amazônia.
Ao todo, foram R$ 990 bilhões investidos mundialmente entre 2016 e 2020 na produção de carne bovina, óleo de palma, papel e celulose, borracha, soja e madeira em três regiões do mundo. Mais da metade do total, R$ 560 bilhões, veio para o Brasil.
O F&F alerta ainda que, ao invés de diminuir, o financiamento de commodities associadas ao desmatamento aumentou 40% desde dezembro de 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris. O tratado das Nações Unidas rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global.