Ao contrário do seu antecessor, Ernesto Araújo, o novo chanceler do Brasil, o ministro Carlos Alberto Franco França, ao tomar posse na manhã desta terça-feira (6), deu destaque ao meio ambiente em discurso e defendeu um esforço de combate às mudanças climáticas.
“Por fim, temos a urgência climática. É urgência em outra escala de tempo – mas é urgência”, afirmou França. “Aqui, como em outras áreas, vemos diante de nós a oportunidade de manter o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável e limpo”, completou.
França afirmou ainda que o Brasil tem uma agricultura sustentável, uma matriz energética mais limpa que de outros países e uma legislação rigorosa. Ele não citou, no entanto, os aumentos recentes no índice de desmatamento e queimadas.
“Temos a mostrar ao mundo uma matriz energética que é predominantemente renovável. Um setor elétrico que, três vezes mais limpo do que a média mundial, já pode ser considerado de baixo carbono”, afirmou o chanceler.
O posicionamento do novo ministro contradiz a linha que a pasta seguia com Ernesto Araújo, que deixou o cargo na última semana. Em reunião com diplomatas da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, no primeiro ano de governo Bolsonaro, Araújo chegou a negar a existência do aquecimento global.
“Não acredito em aquecimento global. Vejam que fui a Roma em maio e estava tendo uma onda de frio enorme. Isso mostra como as teorias do aquecimento global estão erradas”, contou no encontro.