Um estudo divulgado nesta segunda-feira (17) por dois institutos e uma universidade aponta que cerca de 94% do desmatamento na Amazônia e na região de Matopiba, que engloba parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, ocorreu de forma ilegal.
De acordo com a análise dos pesquisadores do Instituto Centro de Vida (ICV), do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do WWF-Brasil, o governo federal fracassou no controle do desmatamento legal no bioma.
O relatório indica que o desmatamento acontece porque, mesmo nos casos em que há permissão para o uso da terra, as autoridades não conseguem documentar como se aplica a legislação para a exploração legal. “A diferenciação entre os desmatamentos legal e ilegal é a chave para garantir que as produções agrícola e florestal não estão contaminadas por crimes ambientais”, diz o texto.
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nesta segunda-feira (17) o índice de desmatamento na região da Amazônia Legal do mês de abril. Segundo a ONG, foram 778 km² de floresta derrubada, sendo o maior valor da série histórica para o mês dos últimos 10 anos. As informações são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a região via satélites. O número também representa um aumento de 45% em relação a abril de 2020, quando o desmatamento somou 536 km².
O Imazon informa ainda o ranking dos estados com maior área desmatada. Amazonas lidera a lista com a maior parte do percentual (28%), seguido pelo Pará (26%), Mato Grosso (22%), Rondônia (16%), Roraima (5%), Maranhão (2%) e Acre (1%). Os municípios que mais desmataram foram Lábrea e Apuí, no Amazonas, onde houve perda de 126 km² de floresta, o que representa quase 60% de todo o desmatamento do estado detectado em abril.