O garçom Reinaldo Junior viveu 45 dias de sofrimento e tensão enquanto sua cachorra Pandora ficou desaparecida após sumir em uma conexão de um voo da empresa aérea Gol, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Neste domingo (30), Pandora foi finalmente encontrada no Terminal 3 do aeroporto. Mas essa história, que teve um final feliz, revela o descaso com que a Gol tratou as buscas pelo animal de estimação.
Tudo começou em 21 de dezembro, quando Reinaldo partiu de Recife (PE) para Navegantes (SC), e na conexão em Guarulhos foi informado que a cadela teria destruído a caixa de transporte e sumido. No entanto a caixa de transporte estava intacta, segundo Reinaldo. Por que não falaram a verdade? Por que já não acionaram as buscas imediatamente? Será que a cachorra iria tão longe em um dia?
Reinaldo pagou pela passagem de Pandora à Gol R$ 850, mais R$ 650 da caixa que é obrigatória para o transporte. Garçom, ele recebeu uma proposta para morar e trabalhar na Suíça como chapeiro e Pandora ia junto. Antes da viagem para o exterior, ele ficaria um mês em Navegantes.
Com o sumiço, ele ficou em Guarulhos para procurar a cadela, que adotou há 5 anos. E aí começou uma via sacra que contou com a mobilização nas redes sociais e protesto de ativistas em defesa dos animais. Segundo Reinaldo, a empresa não ajudou em nada.
“A todo momento eles dizem que não existe câmera, que não existe filmagem, que elas não pegam, não me ajudaram em nada, nem se mobilizaram”, disse Reinaldo em entrevista ao Fantástico.
Ele só conseguiu as imagens das câmeras de segurança com a Polícia Civil. Ele vinha solicitando o vídeo com a Gol e a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, mas não tinha recebido.
Reinaldo teve que contratar advogados e ir ao Judiciário para fazer a Gol assumir a sua responsabilidade. “Os advogados conseguiram uma liminar judicial que obriga a Gol a não apenas custear a nossa hospedagem e alimentação aqui, enquanto lutamos para reencontrá-la, mas também determinou que a Gol empreenda esforços pra procurar por ela também! Sim, é preciso ir ao Judiciário para que a empresa assuma a primeira responsabilidade que tem: procurar a Pandora, uma vez que a perdeu”, escreveu Reinaldo no perfil do Instagram criado para ajudar nas buscas.
A advogada de Reinaldo, Evelyne Paludo, afirma que o fato de a cachorra ter sido encontrada num terminal dentro do aeroporto confirma o descaso da Gol. “Isso só mostra o quanto a Gol não empreendeu esforços para encontrar a Pandora, colocando mais pessoas e veículos para as buscas, porque ela passou 45 dias dentro do terminal. A Gol só fez quando a justiça obrigou.”
Felizmente, após grande mobilização nas redes sociais, o eletricista Victor Leonardo Marques, que presta serviço a uma empresa terceirizada da concessionária GRU Airoport, encontrou a cadela. Pandora estava magrinha e muito debilitada, foi levada a uma clínica Veterinária e passa bem.
Até o momento, a Gol não se pronunciou sobre o caso. O espaço está aberto.