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A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) está disponibilizando o Curso Alimentação Vegetariana Sem Dúvidas, em parceria com o médico Eric Slywitch. Dentre os assuntos já abordados está a questão do ferro no organismo e sua relação com o vegetarianismo.
Em um conjunto de 10 vídeos, o médico nutrólogo explica a importância da presença do ferro no organismo humano, os sintomas da deficiência, suas principais causas e como lidar com essas questões numa dieta vegetariana.

Segundo Slywitch, o ferro é um mineral presente em abundância na natureza e de extrema importância para o bom funcionamento do organismo humano. O seu papel principal está ligado à produção de energia no corpo humano, por estar ligado tanto às etapas de transporte de gases quanto ao processo de transformação da energia em si.

Dessa forma, os sintomas da deficiência, segundo ponto abordado pelo nutrólogo, estão, geralmente, ligados ao cansaço e falta de energia. Ele explica que esses sintomas podem estar relacionados também a outros problemas de saúde, mas que a deficiência de ferro por si só pode causá-los. Alguns dos mais importantes são: queda de cabelo, fragilidade das unhas, falta de disposição e cansaço extremo.

Além disso, Slywitch ressalta a diferença entre deficiência de ferro e anemia. De acordo com ele, a anemia pode ser ocasionada por diversos fatores, e a deficiência de ferro é um deles. Portanto, essa relação só acontece quando a falta desse elemento é extrema, já que as outras funções do ferro são prejudicadas antes da produção de hemoglobina, cuja falta é a definição da anemia.

Essa deficiência, por sua vez, pode ser causada por diversos fatores. Slywitch explica que, embora a alimentação seja uma possibilidade de origem desse problema, o mais comum é que ele seja causado pela perda de sangue e, devido à menstruação, mulheres têm maior tendência a sofrer com essa deficiência.

O nutrólogo também destrincha a diferença entre o ferro heme (presente nos animais) e o ferro não heme (presente nos vegetais). A principal diferença é a maior vulnerabilidade do ferro não heme a fatores externos que podem inibir a absorção desse mineral pelo organismo. Entretanto, Slywitch demonstra, por cálculos matemáticos que, na prática, devido à diferente quantidade de ferro nos alimentos, mesmo em dietas onívoras, a maior origem de ferro é de alimentos vegetais.

Slywitch comenta, então, sobre os elementos que favorecem ou inibem a absorção do ferro. Segundo ele, para maior absorção do mineral é necessário consumir alimentos que contenham vitamina C, aminoácidos sulfurados, vitamina A e ácidos orgânicos. Há também fatores internos que contribuem, como a presença de ácido no estômago e uma flora intestinal saudável. Quanto à inibição, são elementos importantes o cálcio, ácido fítico e polifenóis. A presença de infecções também pode estar relacionada a esse processo.

A questão da panela de ferro também é abordada. Slywitch esclarece que, embora possa ser possível utilizar a estratégia de cozinhar com esse tipo de panela para aumentar a quantidade desse mineral presente nas refeições, não há como saber de fato quanto de ferro essas panelas de ferro liberam no processo. Portanto, não é um tratamento eficiente, em caso de deficiência.

O próximo ponto abordado é o tratamento da deficiência de ferro. De acordo Slywitch, o tratamento é feito com suplemento, e não com a alimentação, e é sempre bastante demorado, podendo durar até 2 anos a depender da perda de sangue apresentada pela pessoa. Entretanto, reafirma que a introdução da carne não é um tratamento eficiente ou necessário para essa deficiência.

Slywitch desmente, então, a ideia de que a suplementação de ferro é necessária em caso de dietas vegetarianas. Ele explica que a prevalência da deficiência é igual em vegetarianos e não vegetarianos, e a suplementação só deve ser feita em caso de problemas diagnosticados por exame de sangue.

Por fim, o nutrólogo explica os problemas ocasionados pelo excesso de ferro no organismo. Segundo Slywitch, esse excesso pode trazer um efeito negativo relacionado ao envelhecimento do organismo devido à sua propriedade oxidante. Portanto, é sempre importante acompanhar os níveis com um profissional de saúde especializado.